Marcadores da Endometriose
Até o momento o diagnóstico definitivo da endometriose só é feito pela vídeo laparoscopia acompanhada da análise de amostras dos tecidos retirados por biópsia supostamente comprometidos pela doença (histopatologia) que confirmam ou não a existência da doença. Atualmente, tanto o diagnóstico por imagens do utra-som como as da ressonância magnética, mesmo quando realizadas por especialistas, são considerados promissores para um diagnóstico próximo ao definitivo e, por isso, insuficientes para a confirmação final da endometriose.
A ciência tem se empenhado em encontrar exames menos invasivos para este fim e tem procurado analisar marcadores que, dosados no sangue ou no fluido peritoneal (líquido que normalmente envolve órgãos pélvicos, mesmo em situações normal) possam dar o diagnóstico preciso sem a necessidade de um procedimento minimamente invasivo que necessite internação e anestesia geral. Estes marcadores são substãncias provenientes do processo inflamatório local e sistêmico causado pela doença. São analisados no sangue ou no líquido peritoneal que envolve os órgãos pélvicos. Este último pode ser colhido pela vagina utilizando-se a aspiração pelo ultrassom transvaginal. Embora os marcadores ainda sejam ferramentas promissoras tem sido observados avanços que, cada vez mais, aproximam o diagnóstico definitivo da facilidade laboratorial.
Existem vários marcadores possíveis de serem dosados e tem sido demonstrado que alguns, dosados isoladamente ou em combinação com outros, podem levar a um diagnóstico de probabilidade bastante razoável. Para melhor compreensão é importante o conhecimento dos termos referentes a cada um dos marcadores: sensibilidade e especificidade.
Sensibilidade: significa o quanto este exame é sensível às variações da doença isto é, sempre que a doença existir ele também estará alterado. Quanto mais sensível for um determinado marcador, mais fácil será a confirmação da presença da doença ou da sua evolução.
Especificidade: significa o quanto este marcador é especifico para determinada doença. Existem alguns deles que se encontram alterados na presença de varias patologias. Como exemplos temos o CA-125 que se encontra alterado em casos de endometriose mas também nos casos de miomas, tumores de pulmão além de outras doenças. Ele é sensível sempre que houver alterações nestes órgãos.
Marcadores conhecidos
CA-125
- É o mais conhecido de todos
- Não é especifico
- Aumentado em problemas de ovulação, pulmão, câncer de mama, gravidez e endometriose
- Baixa sensibilidade
- Valores normais até 35U/M
- Não exclui a necessidade de videolaparoscopia
CA-19-9
- Está aumentando em câncer gastrointestinal, pulmão, pâncreas, ovários e endometriose
- Valor normal = até 37 U/M
TNFalfa
- Fator de Necrose Tumoral – alfa
- Favorece a proriferação do endométrio induzindo a expressão do IC-8
- Aumentado o fluido peritoneal (Overtor e col 1996) e no sangue (Xavier e col 2006)
- Existem controvérsias quanto à importância deste marcador.
- Outros autores também já acharam a mesma alteração no sangue (kalu e col, 2007)
S/CAM 1
- Grande importância na interação. - célula – célula
- Tem pouco valor diagnóstico, pois os resultados são contraditórios (Barrier e cols 2002; Steff e cols 2004)
VEGF
- Fator vascular de crescimento endotelial.
- Estimula a formação de vasos (argiogênese) e o crescimento de tecido endometrial ectópico (fora do útero).
- Aumenta a permeabilidade vascular e monócitos chemoatractant. Os resultados são controversos e tem pouco valor no diagnóstico.
MCP -1
- Chemoatractant as activating factor specific for monocyts.
- Estimula a proliferação de células.
- Pode estar aumentado no fluido peritoneal (Akoum e col, 1996) e no sangue (Alkoum 1996) Otlwman e cols 2007
MIF
- Fator Inibitório para Imigração de Macrófagos
- É produzido pelos implantes endometrióticos
- Promove a produção e a expressão de moléculas proinflamatórias (TNFalfa, IL–6 e IL-8)
- Fator inicial para o crescimento de tecido endometrótico proinflamatórias
- Esta aumentado no sangue e fluido peritoneal em mulheres com endometriose
LEPTINA
- Adipocyte – derive el – hormone
- Papel importante no metabolismo das gorduras (lipídios) e na formação de vasos (angiogênese)
- Aumentada no sangue e no fluido peritoneal em pacientes com endometriose (Malanse, 2000; Seeber, 2007)
- Aumenta nos tecidos endometrioticos (WW e cols 2007)
AEA
- Anticorpo anti- endométrio
- Encontrado em muitas mulheres com endometriose ( Fernandez-Shaw, 1993;Kim e cols 1995; Ibora, 2000)
- 87% de sensibilidade e 87% de especificidade para prever endometriose (RAndal e cols, 2007)
CCR 1
O CCR – 1
O mRNA está elevado em mulheres com endometriose e tem sensibilidade de 90% e especificidade de 74% para diagnosticar esta doença (Agic e cols, 2007).
Futuros candidatos a marcadores
- Podem alcançar 91,7%de sensibilidade e 90% de especificado. (Wang e col 2008)
- Anexina A2 e A5
- GLYCODELIN
- APO – A1
- TRANSGELIN
- Heat-shok-protein-90-beta
- (Kyame e col 2006, Fowler e col 2007)
Marcadores combinados
- CCR m RNA + CA125 + MCP-1; predizem a endometriose com a sensibilidade de 95,7% e a especificidado de 82% (Agic e cols 2008)
- Comparando-se as dosagens de IL-beta, IL-6, IL-8, IL-12, IL-13 e TNF-alfa, foi demonstrando que o IL-6 pode diagnosticar a endometriose com 90% de sensibilidade e 67% de especificidade.(Bedaiwy e cols 2002)
- A interleukina-6(IL-6) demonstrou 71% de sensibilidade e 66% de especificado no ponte de Cutt-off de 1,9 pg/ml(OTHAMAN e col 2007)
- CA-125+IL-8 e TNF-alfa = 100% de sensibilidade e 84,2%de especificado (Mihalyi e col 2006)
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